o peito forte dos seus dias

eu quase vim sem nada e ainda atrasado
naquela viagem inteira, todo tremendo

enquanto você dormia, eu sonhava acordado
e quando batia o frio congelava, eu só sentia a saudade ardendo
e ali ainda ansioso, os dias que me trouxeram, mal acreditariam

verias você a esperar debruçada no marco, irritada e dormindo

o homem e teu peito forte que a tanto tempo seus braços aguardariam
chegaríamos nocivos, consumindo o nosso fervor dos dias perdidos

mas enquanto eu te vejo mulher, sinto sendo teu obscuro segredo
de noite o teu sexo, de dia, meus sórdidos métodos e meus modestos temores

via a paz, a dureza e a inconfidência transformar-se em puro desejo
e a essa insuportável mulher amada, os meus dias, meus desleixos e amores

e, por fim, aos dias que fomos amor, ao nosso último e grande imprevisto
guarde as saudades de como se nunca tivesse lhe revisto