eu te vejo, as vezes, em todo lugar
seja no semáforo, na calçada, no quarto
tento lembrar, irritado, seu jeito de andar,
seus óculos escuros, sua altura, de fato
alias a altura, tão baixa, é alada que voa
e me leva como dia certo, como sossego
e com a ânsia ante fato certo, para tal mulher boa
eu rezo: me resguardará com todo seu chamego
ó dia certo, sob verde certo serás noite calma
só com seus sorrisos alheios, de vontades sem freio
o seu método, o seu olhar entre escuridão e a alma
me atiça, mulher louca, e me rouba sempre impune
as horas, os dias, os passos e as paisagens uivantes
sou contigo, quase sempre, tudo! a tudo, imune.
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