me perdi forjando uma história para poder lhe contar
como se agora precisasse de qualquer que fosse o método
como inventar algo sobre a noite ou a lua clara
sobre as acrobatas que patinavam sobre o calçadão
ou sobre o vento costeiro que pairava cuidadoso
ou sobre a areia rala a qual dançávamos exaustivamente
a austeridade do clímax daquela noite ia ser lembrada
enfim, inventada, não sei. Iam chover as comparações
talvez com o mar, a areia, aquela silhueta toda
os coqueiros, a fogueira que iluminava os casais
iam voar os devaneios, flanando entre esses corpos
até me (des)encontrar com palavras loucas e lindas
para tentar contar rapidamente daquela quinta feira
duma quinta feira cotidiana como outro dia qualquer
as pessoas caminhando, pedalando e se contorcendo
os olhares cuidadosos para não se chocarem a mil
azuis, floridos, avoados, acrobáticos, sensatos, lindos
mesmo no ronco da cidade as pessoas assim ardendo
ardendo sem rumo, ardendo por arder, soltos, sem rumo
para não se chocarem, para não se solidificarem enfim
centenas correndo, olhando, chorando endorfina, suando
num dia típico qualquer, desviando de olhares quaisquer
num segundo preciso, traduz-se tudo naquelas palavras loucas
elas vêm para que nos acalmemos, elas vêm assim sem rumo
elas que querem ser descobertas, querem ser o próprio mistério
mistério a ser descoberto como história forjada e só
mas hoje, como é quinta feira, a história se dissolve
se dissolve em dia verdadeiro, em olhares verdadeiros
nos olhares certeiros que por um segundo montam e se desmontam
nos montam em necessidade de desvendar a tudo e a ser desvendado
e nos desmontam na vontade mórbida de sinceridade
da sinceridade do que foi aquele olhar num dia qualquer
só você pra me dizer o que é e quem deveremos ser hoje
para enfim, lembrar que hoje, é uma quinta feira imprevisível
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
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